Você se acha uma pessoa curiosa? Sim, não, um pouco, talvez? Hmmm, entendi!
E se eu te contar que a curiosidade é um grande aliado do aprendizado e do conhecimento, você já sabia disso?
Trabalho com desenvolvimento de software há mais ou menos 10 anos. Bom, isso pode ser pouco tempo para uns, muito para outros. Mas, independentemente disso, algo ficou claro pra mim ao longo do tempo: existe um consenso muito forte sobre o papel da curiosidade no processo de aprendizagem (não só em tecnologia).
Pessoas cuja curiosidade está em constante evidência possuem um sistema de aprendizado mais eficiente.
Mas o que eu quero dizer com eficiente? Vamos trazer um pouco de ciência pra nossa conversa.
Um estudo conduzido pelo Dr. Matthias Gruber mostrou que não é nenhuma novidade lembrarmos com mais facilidade de assuntos que nos interessam. Porém, quando a curiosidade entra em cena, o impacto é ainda maior: os participantes do estudo tiveram muito mais facilidade para lembrar e aprender.
Segundo Gruber, isso acontece porque a curiosidade coloca nosso cérebro em um estado motivacional, quase obsessivo rs, para conhecer, aprender e reter qualquer tipo de informação relacionada ao nosso foco curioso. Além disso, foi registrado um aumento significativo na atividade do hipocampo (região ligada à formação de memórias) e também no circuito responsável pelas sensações de prazer e recompensa.
E isso faz muito sentido, né?
Grande parte do que me levou a trabalhar com tecnologia tem a ver com curiosidade. Lembro de quando era criança e ganhei um computador da minha avó. Desde então, perguntas como:
Sim, eu busquei as respostas. E sabe o que é mais legal? A curiosidade continua me empurrando para fazer outras perguntas, não só sobre tecnologia, mas sobre tudo.
Essas perguntas se transformam em ações: estudos, pesquisas, testes, provas de conceito. Isso cria um ciclo de aprendizado recompensador. Afinal, quem não gosta de descobrir alguma coisa nova quando está verdadeiramente curioso?
À primeira vista, a curiosidade pode parecer desafiadora, quase uma barreira. Mas essa é uma visão equivocada. Ela deve ser vista como base para inovação e criatividade, um gatilho para enxergar possibilidades, não obstáculos.
O próprio Einstein, que valorizava profundamente o pensamento livre, dizia:
“Não tenho talentos especiais. Sou apenas apaixonadamente curioso.”
Pessoas curiosas tendem a contribuir com soluções criativas e inesperadas. Isso vale para ciência, arte, negócios e até para os relacionamentos do dia a dia.
Já reparou como crianças aprendem com velocidade impressionante?
Elas são seres naturalmente curiosos: perguntam, testam, erram, tentam de novo… e aprendem.
A curiosidade é o motor do desenvolvimento infantil.
Mas, conforme crescemos, muitas vezes perdemos isso. Por quê?
Pode ser medo de errar, medo do julgamento, vergonha de perguntar ou simplesmente falta de motivação.
Mas a boa notícia é: a curiosidade pode ser reativada.
Normalize o desconforto do aprendizado.
Aprender algo novo pode ser desconfortável, porque nosso cérebro busca conforto. Mas curiosidade e aprendizado caminham juntos aceite esse desconforto como sinal de que você está expandindo seus limites.
Seja vulnerável.
Vulnerabilidade não é fraqueza. É aceitar que você vai errar no processo, e que tudo bem. Ser curioso envolve experimentar, falhar, aprender.
Um livro que mudou minha visão sobre isso foi A Coragem de Ser Imperfeito, da Brené Brown. Se você sente dificuldade de se expor ao novo, recomendo fortemente a leitura.
Conecte-se com pessoas curiosas.
Troque ideias, participe de comunidades, converse sobre temas que te instigam. Curiosidade também é contagiosa e cresce com o ambiente certo.
Espero que essa leitura tenha despertado em você… curiosidade sobre ser curioso!
Nos vemos em um próximo capítulo. Até breve!